A reportagem da VOCÊ RH, “Todo líder é um pouco responsável pela harmonia na vida pessoal do time”, que ranqueou no Linkedin esse dias traz uma reflexão muito bacana sobre o impacto dos líderes na vida pessoal e profissional dos colaboradores.
Mas bora olhar para ela sob outra perspectiva?
Sou mulher, negra, gorda, brasileira e pobre. Mas também sou CIS, hétero, sem deficiência, graduada e empregada e empreendedora.
Rótulos que definem minhas lutas e meus privilégios. Cada rótulo, das duas categorias, são resultados de escolhas sociais.
Escolhas minhas, mas também da biologia, das escolhas de meus pais e família. Escolhas do povo e dos governantes da região onde nasci e moro.
Alguns chamam isso de destino, outros acham que foi Deus ou o Diabo os responsáveis.
Há ainda aqueles que defendem que a culpa ou ganho é de cada um.
A meritocracia como explicação única dos sucessos e fracassos de cada pessoa é injusta e negacionista.
Claro que cada um de nós é responsável pelas escolhas que faz em sua vida pessoal, estudantil, profissional e política.
Contudo, essas ESCOLHAS não são as mesmas para todos, tão pouco as barreiras no caminho de cada um.
Se eu tivesse nascido homem, ou se eu fosse branca, ou se tivesse nascido em uma família rica, ou se eu tivesse nascido em um país ou época diferentes....
Ou se eu tivesse nascido surda, ou surdocega, ou se fosse Trans, ou se tivesse nascido num país da África subsaariana, ou no Vale do Jequitinhonha, ou se minha casa fosse em Brumadinho...
Será que as escolhas que tive ou deixei de ter ao longo da vida, as oportunidades que tive ou que me foram negadas seriam as mesmas?
Lutas e privilégios devem ser assuntos conscientes e constantes ao analisarmos as escolhas que fazemos hoje, agora.
Escolhas na hora:
• de produzir ou consumir um conteúdo;
• de desenvolver um projeto com ou sem acessibilidade;
• de optar em qual língua(s) me manifesto;
• de contratar alguém;
• de quem me lidera ou não;
• de para quem me calo para escutar as opiniões de verdade ou não;
• de apoiar uma ajuda humanitária por um país em guerra (há 19 dias) e não com outro também em guerra (há 7, 8, 15, 20 anos);
• de sentir empatia por refugiados de uma raça ou etnia e não por outras;
• de sentir medo numa rua deserta de uma pessoa e de outra não;
• de me identificar com determinada figura pública ou não;
• de optar por uma marca ou serviço e não por outra;
• de optar ter alguém como amigo ou não;
• de escolher os temas dos meus bate papos;
• de acreditar em uma informação sem verificar ou pesquisar;
• de validar a voz do outro;
• de rir de uma piada;
• de me sentir mobilizado com quem não tem o mesmo perfil de luta ou de privilégio que eu.
O cansaço imposto pela realidade é inevitável, mas a cada um cabe tentar viver de forma mais consciente e tentando ser um ser humano melhor, pela esperança de um mundo melhor.
E você, quais são suas lutas e privilégios? Deixa aqui nos comentários, curte, se cadastra aqui no blog e compartilha para outros terem um momento de reflexão também.
#ParaTodosVerem Imagem quadrada foto metade do planeta terra saudável e outra metade explodindo. Fundo preto com a logo Nathália Vieira - Soluções em Acessibilidade no canto inferior esquerdo.
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